terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Outros sons

Para que serviriam os filmes se não nos levar a outra realidade ou a devaneios que nos fazem refletir nossas atitudes e idéias cotidianas?! Conforme artigo publicado nesta terça-feira (26) na Folha de S. Paulo pelo cineasta Carlos Reichenbach, “o cinema é resultado de uma inquietação, de uma angústia renitente e da necessidade de compreensão do tempo, da história e das limitações de quem o realiza”. Melhor definição impossível.

Ao assistir August Rush, ou Som do Coração em português, ontem no cinema, percebi o quanto é desmerecido o conceito de música na indústria bombástica e milionária com a qual convivemos. O filme é sobre um garoto de 11 anos que, ao nascer, foi para adoção e agora vive em um orfanato em NY. O menino, interpretado pelo fofíssimo Freddie Highmore, espera encontrar os pais e entrega esta realização à música ao afirmar que, através dela, poderá alcançar seu grande sonho. O mais interessante é que o conceito de música para ele não está nas canções tocadas no rádio ou de artistas famosos, mas sim no barulho da rua, de movimentos, de animais, do vento. A mistura de sons de diferentes instrumentos, tocados por pessoas comuns, levará August Rush ao encontro dos pais.


Realmente, a música mais bonita, empolgante e interessante está no barulho das pessoas e no encontro destes sons. Muitas vezes, esquecemos de nos desligar por um tempo e apenas escutar o que o ambiente e o tempo tentam nos dizer. Pronto, aí está meu devaneio sobre tal filme. Apenas acredito que há muito mais além da música do que apenas fama, dinheiro e reconhecimento. Tanto é verdade que sempre surge um artista pelo qual crio uma fissura, de acordo com a letra da música que identifico com o momento em que estou vivendo. Aposto que muitos fazem o mesmo, sem desconsiderar que o ritmo também é importante neste contexto.

Fica uma sugestão de filme e de algo para pensar ou apenas escutar.

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