segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Paraíso mexicano

Algum seriado americano ou filme que tenha a Califórnia como cenário, já mostrou também Tijuana, México, como local de diversão dos personagens para beber, drogar-se e badalar. Na vida real, as conseqüências de tanta diversão tornaram a cidade mexicana violenta por causa do tráfico de drogas. Normal, aqui no Brasil também é assim certo? Mais ou menos. O esquema fica problemático quando 12 corpos torturados são encontrados em um terreno baldio ao lado de uma escola de Ensino Fundamental.


Reportagem do New York Times explica que o grupo líder do cartel de drogas, Arellano Félix, em Tijuana é comandado por Fernando Sánchez Arellano, também conhecido como o Engenheiro. A natureza deste ambiente de tráfico gera concorrência e, claro, outras gangues que procuram poder. Segundo a polícia, as mortes, todas de pessoas com menos de 30 anos, são um recado dos grupos rivais para o Engenheiro, já que os corpos estavam acompanhados de bilhetes que diziam: “Isso é o que acontece com todos que associados ao barulhento Engenheiro”.


E a melhor forma de chamar atenção é realmente dispensar os corpos em um local em que crianças entre 7 e 10 anos vão encontrá-los. O problema, diz um psicólogo da reportagem, é quando este tipo de ação torna-se um costume e as crianças aceitem a situação como normal, sem falar nos inúmeros questionamentos por causa do ocorrido.

Este tipo de ação é no mínimo covarde ao utilizar-se de crianças para chamar a atenção para uma rixa de gangues de marginais que sobrevivem da fraqueza e do vício de outro tipo de covardes, os viciados. O cenário mexicano só não é tão pior que o brasileiro porque a polícia ainda não invadiu morros e localidades matando crianças inocentes e dizendo: “é uma consequência por um bem maior”.

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