segunda-feira, 11 de agosto de 2008

De coração

É muito bom assistir aos Jogos Olímpicos e perceber que grande maioria dos atletas está participando puramente por amor à camisa. Diferente do que vemos todos os dias no futebol e em alguns outros esportes de que só o passe do jogador interessa, as Olímpiadas existem para exibir quem realmente ama o esporte que pratica.

Os melhores exemplos são, claro, estrangeiros. O tenista Rafael Nadal, como contou minha irmã, afirma nunca ter se divertido tanto como na Vila Olímpica e que, simpaticíssimo, pára sempre para conversar com os outros atletas. Ele, atual número 1 do mundo que fatura milhões, sonha em conquistar uma medalha olímpica.

No basquete, as maiores estrelas estão no time americano, destaques da NBA. O mais deslumbrado, até agora, parece ser Kobe Bryant, que logo após a estréia contra a China (EUA venceu por 101 a 70), disse estar vivendo um clima diferente e melhor do que uma final da NBA. E acredito que não foi pelo fato de contar com a presença do presidente George W. Bush na platéia.

Entre os atletas brasileiros, as principais 'promessas' parecem preferir se calar para não levantar mais expectativas. Mas desconhecidos, como a judoca Ketleyn Quadros, estão extasiados por, além de participarem, ainda levam medalhas. Ainda ontem ouvi o depoimento da nadadora Gabriella Silva após terminar em sétimo lugar na final de nado borboleta. "Estou feliz da vida de ter chegado em uma final e ainda ficar entre a sétima do mundo", disse ela.

Talvez porque sofrem pouca pressão (ou nenhuma) da mídia, estes atletas 'desconhecidos' tendem a se destacar mais do que as ditas promessas. Claro que só o fato de participar de uma Olimpíada já é intenso, mas para muitos, milionários ou não, é simplesmente a realização de um sonho.

*Foto: Bryant abraça o gigante Yao Ming após jogo contra a China (AFP)

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